Entre Runas e Ruínas: O Caos Cooperativo de Nightreign


Elden Ring: Nightreign é o jogo mais ousado da FromSoftware que leva o universo sombrio e contemplativo de Elden Ring para uma nova direção: o cooperativo roguelike. Lançado em maio de 2025, o jogo marca uma ruptura significativa com a fórmula tradicional da desenvolvedora, apostando em partidas rápidas, progressão cíclica e foco em multiplayer para até três jogadores. O resultado é um título que, embora mantenha a essência visual e o desafio característico da franquia, oferece uma experiência radicalmente diferente  e que pode dividir opiniões.

A ambientação de Nightreign se passa em Limveld, uma ilha amaldiçoada mergulhada em noite eterna. A atmosfera é melancólica, com tons azulados e roxos dominando paisagens góticas e desoladas. A cada expedição, o mapa muda sutilmente, com eventos aleatórios e chefes surgindo em locais diferentes, o que reforça o aspecto roguelike. O ciclo de jogo é dividido em três dias: os dois primeiros são dedicados à coleta de equipamentos, enfrentamento de inimigos e preparação; o terceiro culmina em uma batalha contra um dos oito Nightlords, chefes imponentes e desafiadores que representam o ápice da experiência.


A jogabilidade é centrada em runs de cerca de 45 minutos, com um sistema de progressão acelerado. Você escolhe um dos oito personagens jogáveis os Nightfarers cada um com habilidades fixas e estilos de combate distintos. Durante a expedição, é possível adquirir armas, relíquias e atributos que moldam seu build temporário. O combate mantém a base sólida de Elden Ring, mas com adições como sprint explosivo, saltos em parede e falcões espectrais que ampliam a mobilidade e a verticalidade do mapa. A dificuldade é alta, especialmente para quem joga sozinho, já que o jogo foi claramente pensado para trios coordenados. Embora haja escalonamento de dano para jogadores solo, a ausência de revives e o design dos encontros tornam a experiência frustrante para quem não tem companhia.


Visualmente, Nightreign é deslumbrante. A direção de arte continua impecável, com cenários que misturam ruínas, florestas fantasmagóricas e fortalezas amaldiçoadas. Os chefes são espetaculares, tanto em design quanto em animação, e a trilha sonora embora menos memorável que a do jogo base — acompanha bem os momentos de tensão. No entanto, o jogo sofre com problemas técnicos recorrentes: quedas de framerate, bugs em IA de chefes e falta de otimização em algumas plataformas. Além disso, a ausência de crossplay, modo duo, comunicação por voz e bots para preencher equipes limita bastante a acessibilidade.


Narrativamente, Nightreign é mais raso que seu antecessor. A história dos personagens é contada por fragmentos e diários, mas falta profundidade emocional. A conexão com o universo de Elden Ring existe  há menções à Térvore e à destruição do mundo anterior  mas é tratada de forma superficial. Para fãs que esperam lore denso e interconectado, o jogo pode parecer vazio. Por outro lado, quem busca ação intensa, chefes memoráveis e cooperação estratégica encontrará aqui uma proposta interessante e, em muitos momentos, divertida.


Em resumo, Elden Ring: Nightreign é uma experiência experimental que mistura o DNA da FromSoftware com elementos de roguelike e battle royale. É um jogo que brilha quando jogado em equipe, mas que perde força na solidão. Não é uma sequência espiritual de Elden Ring, mas sim um spin-off ousado que tenta algo novo e, apesar dos tropeços, entrega momentos de pura adrenalina e desafio. Se você tem amigos para embarcar nessa jornada sombria, vale a pena. Se não, talvez seja melhor esperar por atualizações ou revisitar as Terras Intermédias originais.




Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem