Extra Coin, disponível para Nintendo Switch, é um daqueles jogos independentes que tentam se destacar pela proposta narrativa diferenciada. Ele mistura elementos de aventura, simulação e uma pitada de metalinguagem sobre o próprio ato de jogar, criando uma experiência que oscila entre o curioso e o frustrante.
O jogo coloca o jogador em um universo digital que simula um arcade vivo, onde cada máquina guarda segredos e cada moeda inserida abre uma nova camada de história. Há uma clara intenção de provocar reflexão sobre consumo, vício e identidade, e nesse ponto Extra Coin acerta: é um título que não se limita a entreter, mas busca questionar. A estética retrô, com gráficos pixelados e trilha sonora nostálgica, reforça essa atmosfera de “mundo dentro do mundo”, trazendo um charme que remete aos anos 80 e 90 sem perder a atualidade.
Do lado positivo, Extra Coin oferece uma narrativa intrigante e experimental, que se conecta bem com jogadores interessados em experiências fora do padrão. A sensação de explorar cada máquina e descobrir novas interações é divertida, e o jogo consegue criar momentos de surpresa genuína. A direção artística é consistente, e o Switch se mostra uma plataforma adequada para esse tipo de proposta portátil e contemplativa.
Porém, há problemas evidentes. A jogabilidade, por vezes, se torna excessivamente repetitiva, com mecânicas que não evoluem tanto quanto a narrativa sugere. O ritmo pode ser arrastado, e a falta de objetivos claros em alguns trechos gera confusão. Além disso, a interface não é das mais amigáveis, e a ausência de tutoriais mais robustos pode afastar jogadores menos acostumados com experimentos narrativos. Outro ponto negativo é a escassez de variedade nas interações, que limita o potencial de rejogabilidade.
Em resumo, Extra Coin é um jogo que funciona como obra conceitual, mais próximo de uma experiência artística do que de um título tradicional. Ele pode encantar quem busca algo diferente e reflexivo, mas dificilmente agradará quem procura ação ou profundidade mecânica. É uma aposta ousada, que encontra seu valor justamente na tentativa de ser algo além de um simples jogo — mas que também paga o preço por isso.



