“Wonder Boy renasce em 2.5D: charme clássico com toque moderno” - Review Playstation 5

 

“Wonder Boy: Asha in Monster World” para PS5 é um remake direto de “Monster World IV”, lançado originalmente em 1994 para Mega Drive. A nova versão mantém a essência do clássico, mas com uma roupagem moderna em 2.5D, que mistura elementos tridimensionais com jogabilidade lateral. A protagonista, Asha, é uma jovem guerreira que embarca em uma jornada para libertar quatro espíritos elementais aprisionados por forças malignas. 

A narrativa é simples e direta, evocando os tempos mais inocentes dos jogos de plataforma, e embora não ofereça grandes reviravoltas, cumpre bem seu papel como pano de fundo para a aventura.

A ambientação é vibrante e cheia de personalidade, com cenários que vão de desertos escaldantes a templos flutuantes, todos com identidade visual própria. A cidade de Rapadagna funciona como um hub central, onde o jogador pode interagir com NPCs, adquirir equipamentos e se preparar para os desafios seguintes. O mascote Pepelogoo, uma criaturinha azul adorável, é mais do que um companheiro: ele é essencial para a progressão, permitindo que Asha alcance plataformas, ative mecanismos e flutue por curtos períodos. A relação entre os dois personagens adiciona um toque emocional à jornada.

A jogabilidade é acessível e amigável, com controles simples e responsivos. Asha pode correr, pular, atacar com sua espada e usar Pepelogoo para resolver pequenos puzzles ambientais. O combate é direto, focado em reflexos e posicionamento, mas sem grande profundidade, o que pode decepcionar jogadores mais exigentes. 

O design das fases é linear, com algumas bifurcações e segredos, mas não chega a oferecer a complexidade de um metroidvania. O sistema de upgrades é básico, permitindo melhorar a vida e o ataque da protagonista ao longo da aventura. A dificuldade é moderada, com checkpoints generosos, tornando o jogo ideal para iniciantes ou para quem busca uma experiência mais relaxante e nostálgica.

Visualmente, o jogo adota um estilo cel-shading colorido e simpático, que tenta capturar a essência do original em 2D com uma estética tridimensional. Os modelos dos personagens são expressivos, mas as animações podem parecer rígidas, especialmente nos diálogos. 

Os cenários são bem construídos, com camadas de profundidade e detalhes que enriquecem a ambientação, embora a direção de arte pudesse ter ousado mais. Em comparação com outros remakes da franquia, como “Wonder Boy: The Dragon’s Trap”, esta versão parece mais conservadora e menos inspirada visualmente. 

A trilha sonora é uma reinterpretação das músicas clássicas, com arranjos modernos que mantêm o espírito da época. Os efeitos sonoros são funcionais, mas não se destacam. A dublagem é parcial e permanece em japonês, o que adiciona charme à aventura, embora a ausência de legendas em português possa ser um obstáculo para alguns jogadores.

No geral, “Wonder Boy: Asha in Monster World” é um remake honesto e carismático, feito com carinho e respeito ao material original. Ele não tenta reinventar a roda, mas oferece uma experiência acolhedora e nostálgica, ideal para quem quer reviver os tempos de ouro dos jogos de plataforma. 

Apesar de suas limitações técnicas e simplicidade, o jogo tem coração e às vezes, isso é tudo o que precisamos para uma boa aventura. Para fãs da série ou jogadores em busca de uma jornada leve e colorida, Asha certamente entrega momentos agradáveis, mesmo que não impressione em todos os aspectos.




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