Rockbeasts chega ao Acesso Antecipado com uma proposta que mistura humor, caos criativo e narrativa musical em um pacote que parece ter saído diretamente da era MTV dos anos 90. A premissa é simples, mas irresistível: você assume o papel de gerente de uma banda de desajustados tentando alcançar a fama em meio a riffs explosivos, penteados duvidosos e a energia exagerada que marcou a cultura rock daquela década. O jogo se posiciona como um híbrido entre RPG narrativo e gerenciamento, e essa combinação já o coloca em um espaço único dentro do gênero.
A primeira coisa que chama atenção é o tom. Rockbeasts não tenta ser realista ele abraça o absurdo, o exagero e o humor tragicômico de uma banda que tem talento, mas também um talento ainda maior para se meter em confusão. A presença de nomes de peso na narrativa, como o roteirista Jakub Szamałek (de The Witcher 3 e Cyberpunk 2077), já indica que o jogo aposta forte em storytelling, e isso fica evidente na forma como os diálogos, eventos e escolhas são apresentados. Cada decisão pode afetar o rumo da banda, desde brigas internas até oportunidades de carreira, criando uma sensação constante de que tudo pode desandar ou dar muito certo dependendo do seu tato como gerente.
A jogabilidade mistura gerenciamento de recursos, escolhas narrativas e elementos de RPG. Você precisa lidar com turnês, crises de ego, composições, marketing, fãs e, claro, as personalidades caóticas dos membros da banda. O jogo promete múltiplos finais e uma progressão que se adapta às suas decisões, reforçando a ideia de que cada campanha pode ser completamente diferente da anterior. Essa estrutura de “história ramificada” é um dos pontos mais elogiados nas prévias, especialmente porque combina bem com o tema de uma banda tentando sobreviver ao próprio sucesso.
Visualmente, Rockbeasts aposta em um estilo cartunesco vibrante, cheio de personalidade e com um toque de irreverência que combina perfeitamente com o clima do jogo. Os personagens têm designs exagerados, expressivos e cheios de atitude, enquanto os cenários remetem à estética colorida e caótica dos anos 90. A trilha sonora, como era de se esperar, é um dos pilares da experiência com músicas originais e uma pegada rock que ajuda a construir a identidade sonora da banda fictícia, reforçando a imersão no universo do jogo.
Como está em Acesso Antecipado, é natural que ainda haja áreas a serem refinadas. Alguns sistemas de gerenciamento podem parecer simples demais em certos momentos, e a interface ainda pode evoluir para oferecer mais fluidez. No entanto, a base já demonstra muito potencial: personagens carismáticos, narrativa forte, humor afiado e uma proposta que foge completamente do comum. Para quem gosta de jogos de gerenciamento com personalidade, escolhas narrativas e uma boa dose de caos musical, Rockbeasts já se mostra promissor mesmo antes do lançamento completo.
No fim, Rockbeasts é um jogo que entende perfeitamente o espírito do rock: imperfeito, barulhento, exagerado e cheio de alma. Ele não tenta ser um simulador sério ele quer ser divertido, imprevisível e cheio de histórias para contar. E, pelo que já foi mostrado, está no caminho certo para se tornar um dos títulos mais carismáticos do gênero quando chegar à versão final.




