The Wandering Village chega ao Nintendo Switch como uma proposta encantadora dentro do gênero de city builder, mas com uma identidade tão única que imediatamente o destaca entre seus pares. Em vez de construir uma cidade fixa, você administra uma comunidade inteira instalada sobre as costas de Onbu, uma criatura colossal que vaga por um mundo pós-apocalíptico tomado por esporos tóxicos. Essa premissa, além de visualmente marcante, cria uma dinâmica de jogo que mistura planejamento, sobrevivência e uma relação quase simbiótica com o gigante que carrega sua vila.
A atmosfera do jogo é um dos seus maiores trunfos. A direção de arte aposta em um estilo desenhado à mão, com cores suaves e animações fluidas que tornam cada ciclo de dia e noite um espetáculo tranquilo de observar. Mesmo em meio ao caos ambiental do mundo devastado, há uma sensação de aconchego algo que muitas análises destacam como um diferencial dentro do gênero, especialmente em tempos de jogos cada vez mais complexos e densos. A trilha sonora reforça esse clima, com composições calmas e melodias que acompanham o ritmo da jornada de Onbu.
A jogabilidade combina elementos tradicionais de gerenciamento com decisões estratégicas que levam em conta o comportamento e o bem-estar da criatura. Onbu não é apenas um cenário ambulante; ele é um personagem vivo, com humor, necessidades e reações. Alimentá-lo, curá-lo e ganhar sua confiança se tornam partes essenciais da sobrevivência da vila. Esse sistema cria momentos memoráveis, como quando você precisa decidir se deve forçar Onbu a seguir por um caminho perigoso ou confiar que ele escolherá a rota mais segura uma mecânica elogiada por críticos por adicionar profundidade emocional ao jogo.
No Switch, o desempenho é sólido, embora não perfeito. Em modo docked, o jogo mantém boa estabilidade, mas em modo portátil pode apresentar quedas de resolução e pequenos engasgos em momentos de maior carga visual, algo mencionado em algumas análises. Ainda assim, nada que comprometa a experiência geral, especialmente considerando o ritmo mais calmo do jogo. A interface foi bem adaptada aos controles, com menus acessíveis e navegação intuitiva, o que é essencial em um city builder.
O ciclo de jogo é envolvente: plantar, colher, construir, pesquisar novas estruturas e reagir às mudanças do ambiente enquanto Onbu avança por biomas variados. Cada região traz desafios diferentes calor extremo, frio intenso, tempestades tóxicas e exige que o jogador se adapte constantemente. A sensação de progresso é constante, mas nunca apressada, o que torna The Wandering Village uma experiência relaxante, mesmo quando as coisas começam a dar errado.
As críticas mais comuns apontam que, apesar da proposta criativa, o jogo pode se tornar repetitivo após muitas horas, especialmente para jogadores que buscam sistemas mais complexos ou profundos. Ainda assim, a maioria das avaliações é positiva, destacando o charme, a originalidade e a atmosfera acolhedora do jogo, além de sua trilha sonora encantadora e narrativa ambiental envolvente.
No fim, The Wandering Village é um city builder diferente, poético e cheio de personalidade. Ele não tenta competir com os gigantes do gênero em complexidade, mas oferece algo que poucos jogos conseguem: uma sensação de jornada compartilhada entre o jogador, sua vila e uma criatura gigantesca que, aos poucos, se torna quase um amigo. No Switch, ele encontra um lar natural perfeito para sessões longas no sofá ou jogatinas tranquilas no modo portátil.



