Machick 2 é uma daquelas surpresas que surgem no cenário indie e rapidamente conquistam uma legião de fãs não apenas pela jogabilidade viciante, mas pela ousadia criativa que o define. Desenvolvido pelo estúdio brasileiro DeadPixel, o jogo é uma sequência que não apenas honra o primeiro título, mas o supera em praticamente todos os aspectos. Lançado em setembro de 2025 para PC, Machick 2 mergulha o jogador em um universo mágico e caótico onde galinhas são guerreiras místicas e sapos são inimigos mortais. Sim, você leu certo e é justamente essa irreverência que torna o jogo tão especial.
A proposta central gira em torno de um sistema de combate estilo roguelike survivor, com ondas de inimigos cada vez mais intensas e uma progressão que depende tanto da habilidade quanto da criatividade do jogador. O grande diferencial está na criação de varinhas mágicas: são bilhões de combinações possíveis, cada uma com efeitos únicos, desde rajadas elementais até explosões que invocam pintinhos kamikazes. Essa liberdade de customização transforma cada partida em uma experiência nova, onde o jogador pode testar estratégias absurdas e descobrir sinergias inesperadas entre os feitiços.
Além das varinhas, Machick 2 introduz os pintinhos aliados, que não são meros coadjuvantes. Eles podem ser configurados para atacar, coletar itens, curar o jogador ou até mesmo causar dano elemental. Essa mecânica adiciona uma camada tática ao jogo, permitindo que o jogador monte verdadeiros exércitos de mini-galinhas com funções específicas. E como se não bastasse, o jogo ainda oferece mais de 20 personagens jogáveis, cada um com habilidades e estilos de jogo distintos, além de centenas de acessórios, relíquias lendárias e um Modo Infinito que desafia até os PCs mais parrudos com uma enxurrada de inimigos e efeitos visuais.
Visualmente, Machick 2 é um deleite. A pixel art é detalhada, vibrante e cheia de personalidade. Os cenários são variados, os inimigos têm design criativo e os efeitos das magias são espetaculares. Mas o que realmente se destaca é o humor. O jogo é recheado de referências à cultura pop, piadas absurdas e situações que beiram o surreal. Desde varinhas que soltam memes até chefes que parecem saídos de um delírio coletivo, tudo em Machick 2 é feito para arrancar risadas e surpreender o jogador.
A trilha sonora acompanha bem o ritmo frenético do jogo, alternando entre temas épicos e composições mais cômicas, sempre reforçando o tom irreverente da aventura. A interface é intuitiva, e mesmo com a quantidade absurda de opções e combinações, o jogo consegue guiar o jogador de forma clara, sem sobrecarregar com informações.
Machick 2 é, acima de tudo, uma celebração da criatividade. Ele não tenta ser sério, não busca realismo, e não se prende a convenções. É um jogo que abraça o absurdo, transforma galinhas em heroínas e entrega uma experiência que é ao mesmo tempo hilária, desafiadora e incrivelmente divertida. Para quem curte jogos como Vampire Survivors, Brotato ou Halls of Torment, Machick 2 é uma pedida obrigatória especialmente se você estiver em busca de algo com mais personalidade, mais liberdade e uma boa dose de loucura brasileira.