Lost in the OPEN: Uma Jornada Brutal de Sobrevivência Tática em um Mundo Sem Esperança

Lost in the OPEN é um roguelike tático medieval que mistura desafio brutal, atmosfera sombria e uma dose generosa de nostalgia, resultando em uma experiência intensa e imperfeita, mas cativante.

Desenvolvido pela Black Voyage Games e publicado pela WhisperGames, Lost in the OPEN mergulha o jogador em um mundo de baixa fantasia onde a sobrevivência é uma luta constante. A história começa com uma tentativa de assassinato contra o rei Nrvesk, que, ferido e vulnerável, precisa atravessar uma terra de ninguém repleta de perigos. A premissa é simples, mas eficaz: você não é um herói invencível, e cada passo pode ser o último. O jogo se destaca por sua abordagem tática e pela imprevisibilidade das batalhas, que exigem planejamento cuidadoso, posicionamento estratégico e uma boa dose de sorte.

A jogabilidade é construída sobre os pilares clássicos dos roguelikes: morte permanente, geração procedural de mapas e dificuldade elevada. O combate é por turnos, com foco em movimentação e uso inteligente de habilidades. O jogador pode recrutar aliados ao longo da jornada, cada um com características únicas, o que adiciona uma camada de profundidade à estratégia. No entanto, o jogo não perdoa erros: decisões mal pensadas podem levar à morte rápida, e não há espaço para improvisações desleixadas. Isso cria uma tensão constante, que é ao mesmo tempo frustrante e viciante.

Visualmente, Lost in the OPEN aposta em uma estética retrô, com gráficos simples e sombrios que remetem aos jogos da era Amiga 500. Essa escolha estilística reforça o clima melancólico e decadente do mundo apresentado. A trilha sonora é discreta, mas eficaz, contribuindo para a imersão sem se tornar repetitiva. Os efeitos sonoros são funcionais, embora não memoráveis.

Um dos pontos mais discutidos pela comunidade é o estado técnico do jogo. Por estar em acesso antecipado, Lost in the OPEN ainda apresenta bugs e falhas ocasionais, como travamentos, problemas de carregamento e comportamentos estranhos da IA. Esses problemas não chegam a comprometer completamente a experiência, mas podem irritar jogadores menos pacientes. Ainda assim, a desenvolvedora tem se mostrado ativa na correção de erros e na adição de conteúdo, o que indica um compromisso com a evolução do projeto.

A recepção dos jogadores tem sido majoritariamente positiva. Muitos elogiam a dificuldade honesta, o sistema de recrutamento e a ambientação sombria. Comparações com títulos como Battle Brothers são comuns, embora Lost in the OPEN seja considerado uma versão mais enxuta e acessível. A curva de aprendizado é íngreme, mas recompensadora: cada vitória parece merecida, e cada derrota ensina algo novo.

Em resumo, Lost in the OPEN é um jogo que desafia, frustra e recompensa. Não é para todos — sua dificuldade elevada, visual minimalista e bugs podem afastar os menos persistentes. Mas para quem busca uma experiência tática profunda, com atmosfera densa e decisões significativas, ele oferece uma jornada memorável. É um título que, mesmo em sua forma inacabada, já demonstra personalidade e potencial. Se você gosta de sofrer estrategicamente e não se importa com algumas arestas técnicas, Lost in the OPEN merece sua atenção.



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