Brotherhood é um jogo indie desenvolvido pela FatCatGames que chega ao PlayStation 5 com a proposta de resgatar a brutalidade dos FPS clássicos dos anos 90, mas com uma estética sombria e narrativa distópica. A história coloca o jogador na pele de um prisioneiro solitário, imune a um mutagênico mortal, que precisa escapar de um complexo secreto controlado por uma irmandade religiosa fanática. Esse pano de fundo serve como justificativa para enfrentar cultistas enlouquecidos, mutantes deformados e experimentos monstruosos, criando uma atmosfera de horror corporal e fanatismo religioso que permeia toda a experiência.
A jogabilidade é direta e frenética, inspirada em títulos como DOOM e Wolfenstein 3D. O ritmo é acelerado, com combates intensos que exigem reflexos rápidos e precisão. O diferencial está no sistema de mutação, que transforma o veneno em poder, dando ao protagonista habilidades únicas e criando uma camada estratégica no combate. Os mapas são desenhados para incentivar exploração, com passagens ocultas e segredos que recompensam a curiosidade do jogador. Apesar disso, a repetição de confrontos pode se tornar um ponto fraco, já que o foco é quase exclusivo na ação, sem modos multiplayer ou cooperativos que ampliem a longevidade.
Visualmente, o jogo aposta em uma estética retrô pixelada, mas com efeitos modernos e iluminação dramática que reforçam o clima opressivo. Os cenários são claustrofóbicos, variando entre prisões, laboratórios e templos ocultos, e a trilha sonora industrial eletrônica acompanha o ritmo frenético, intensificando a sensação de tensão. No entanto, a repetição de paletas e a pouca variedade musical podem reduzir o impacto em sessões mais longas.
No PlayStation 5, Brotherhood roda de forma estável, com carregamentos rápidos e suporte a resolução 4K e HDR. Embora não explore ao máximo o poder gráfico do console, aproveita bem os recursos para entregar uma experiência fluida e envolvente.
Em resumo, Brotherhood é um título que deve agradar principalmente aos fãs de FPS retrô e narrativas sombrias. Ele não busca profundidade narrativa ou inovação gráfica, mas sim oferecer uma experiência intensa, brutal e atmosférica. É um jogo que provavelmente se tornará cult entre aqueles que apreciam ação direta e ambientações distópicas, mesmo que sua repetição e simplicidade possam afastar quem procura algo mais variado ou sofisticado.



